A Polícia Federal ainda não sabe explicar por que os agentes usaram um táxi na operação de combate ao tráfico de drogas, que terminou com uma troca de tiros com policiais civis. A operação foi na quarta-feira e deixou um policial federal morto e outro ferido.
“Esses meandros da investigação nós preferimos não mencionar, até porque outros depoimentos ainda estão acontecendo e ainda é muito cedo para fazer qualquer juízo de valor sobre a participação do táxi. Com certeza, no final, vamos nos pronunciar e esclarecer todos esses detalhes”, explicou o assessor de comunicação da PF, Giovani Santoro (foto 1).
O carro que foi usado pelos policiais civis está na sede da PF. A perícia no veículo é considerada muito importante porque permite identificar de onde partiu o disparo e de que arma. Outros dois carros, usados por policiais federais, um deles um táxi, também estão sendo examinados. As armas utilizadas no tiroteio também serão analisadas.
“Todos os fatos envolvidos na ação serão analisados, como perícias, imagens, perfurações das balas nos carros, o projétil no corpo do policial e os depoimentos. Esperamos chegar a uma conclusão final e fiel ao que de fato aconteceu naquele dia”, disse Santoro.
Na investigação da Polícia Federal, quatro agentes federais que também participavam da investigação foram ouvidos, além de um delegado. Três policiais civis foram interrogados na noite de quinta-feira.
SDS
A Secretaria de Defesa Social também está investigando o caso. Um inquérito administrativo foi instaurado, nesta sexta-feira (07), para esclarecer a participação dos policiais civis no tiroteio. O corregedor auxiliar da SDS, Paulo Jean (foto 2), ficará à frente da sindicância. “O fundamental é que os depoimentos das testemunhas sejam coerentes com o que de fato aconteceu, e que sejam unânimes ao afirmar o que aconteceu naquele dia”, disse.
O procedimento administrativo é para apurar se houve uma conduta irregular por parte dos quatro policiais civis e do delegado envolvidos no tiroteio. O corregedor auxiliar tem um prazo máximo de 20 dias para concluir o trabalho.
Os depoimentos já começaram e o primeiro a ser ouvido foi o taxista João Francisco de Freitas, que levou os policiais federais e o traficante preso durante a operação. O próximo a prestar depoimento será Wagner Alves do Nascimento, preso no dia do tiroteio com 17 quilos de pasta base de cocaína.
Paul Jean informou ainda que todos os envolvidos na troca de tiros e testemunhas serão ouvidos. A Polícia Civil divulgou os nomes dos quatro agentes e do delegado envolvidos na operação que resultou na morte do policial federal, também nesta sexta-feira. E determinou que, enquanto durarem as investigações do caso, eles vão desempenhar apenas funções administrativas. São eles o delegado Marcelo Ferraz Pimentel e os agentes Sérgio Luiz Bezerra de Lima, Leandro Barbosa de Souza, Fabiano Ponciano da Silva e Roberto Carlos de Oliveira.
O CASO
O tiroteio entre policiais civis e federais foi na BR-232, no curado, na última quarta-feira (05). O policial federal Jorge Washington Cavalcanti de Albuquerque (foto 3), de 57 anos, morreu. O também agente federal, Sílvio Romero Moury Fernandes dos Santos, de 40 anos, foi baleado. Os dois tinham acabado de sair do Terminal Integrado de Passageiros (TIP), depois de prender Wagner Alves do Nascimento, de 24 anos, com 17 quilos de pasta base de cocaína.
Na rodovia, eles tentavam capturar um segundo suspeito de tráfico de drogas. Só que outro carro parou, com os policiais civis e que também estariam investigando o mesmo caso, e houve troca de tiros.
Possivelmente, uma falha de comunicação fez com que a busca por traficantes no bairro do Curado se transformasse em um tiroteio entre os policiais federais e civis. O corpo de Jorge Washington Cavalcanti de Albuquerque foi enterrado no final da tarde desta quinta-feira (06), no cemitério Parque das Flores. O policial que ficou ferido no tiroteio, Romero Moury Fernandes dos Santos, permanece internado no Hospital Alfa, no Recife, e o estado de saúde dele é estável.
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