HOSPITAL SANTA FÉ BELO JARDIM-PE

sábado, 4 de setembro de 2010

FOI FEITA JUSTIÇA


“Foi feita jus­ti­ça” e “a ver­da­de che­gou”, de­sa­ba­fa­ram os kom­bei­ros Marcelo e Valfrido Lira a 0h02 de hoje, de­pois de serem ab­sol­vi­dos por qua­tro votos a três da acu­sa­ção de ten­ta­ti­va de es­tu­pro e de ho­mi­cí­dio du­pla­men­te qua­li­fi­ca­do. “Registre-se”, pro­fe­riu a juíza Andréa Calado Venâncio, após a lei­tu­ra da sen­ten­ça. De um lado o alí­vio e de outro a frus­tra­ção. Os kom­bei­ros co­me­mo­ra­ram ti­mi­da­men­te a ab­sol­vi­ção, mo­men­to em que o co­mer­cian­te José Vieira, pai da ado­les­cen­te Tarsila Gusmão, fe­chou os olhos e co­lo­cou a mão na ca­be­ça. O pai de Maria Eduarda, Antônio Dourado, per­ma­ne­ceu sen­ta­do. Do lado de fora do ple­ná­rio, Marilene de Carvalho Pádua e Lenilda Maria da Silva re­ce­be­ram a no­tí­cia e en­tra­ram para co­me­mo­rar com os pa­ren­tes. “Eu disse e sem­pre acre­di­tei e pedi muito a Deus pen­san­do neles. Sempre acre­di­tei na ino­cên­cia deles. Vai ser uma festa enor­me”, de­sa­ba­fou a mu­lher de Valfrido, Lenilda Maria da Silva, pu­xan­do Marilene para ver a co­me­mo­ra­ção feita em fren­te ao fórum. “ Estou feliz de­mais”. Já no Centro de Triagem, Marcelo che­gou a dizer que era im­pos­sí­vel con­si­de­rar uma acu­sa­ção ba­sea­da em pa­péis de bom­bom e bar­bea­dor. Já Valfrido afir­mou: “foi feita Justiça. Deus sabe de tudo”. O re­sul­ta­do foi co­me­mo­ra­do com fogos de ar­ti­fí­cio e gri­tos de guer­ra. Nem mesmo a chuva in­ti­mi­dou os ma­ni­fes­tan­tes, que pas­sa­ram horas em fren­te ao fórum a es­pe­ra de um re­sul­ta­do fa­ro­vá­rel aos ir­mãos Lira. Os ad­vo­ga­dos Bruno Santos e Jorge Wellington foram acla­ma­dos pela po­pu­la­ção, que che­gou a car­re­gar no colo o ex-pro­mo­tor de Justiça Miguel Sales. Na tré­pli­ca feita antes da vo­ta­ção dos ju­ra­dos, a de­fe­sa pediu pelo “in dubio pro reo”, ex­pres­são la­ti­na que sig­ni­fi­ca li­te­ral­men­te na dú­vi­da, a favor do réu. “Quem ab­sol­veu eles na ver­da­de foram os pe­ri­tos do IC que, no alto da com­pe­tên­cia deles, es­cla­re­ce­ram todas as dú­vi­das atre­la­das aos autos. Foram os pe­ri­tos que le­va­ram os kom­bei­ros à ab­sol­vi­ção”, des­ta­cou o ad­vo­ga­do Jorge Wellington.
Para Antônio Dourado, a luta não ter­mi­nou. “Perdemos o pri­mei­ro round. Este foi qua­tro a três, mas virão os pró­xi­mos”, sa­lien­tou. José Vieira, que pas­sou boa parte da tré­pli­ca emo­cio­na­do, disse que não de­sis­ti­ria de lutar por Justiça. “Não foi um jul­ga­men­to im­par­cial. Tarsila, olhe, não foi dessa vez ainda, mas pode dizer para Maria Eduarda que pai­nho está firme e forte. Seu pai não sabe quan­to tempo vai viver ainda, mas a gente vai se en­con­trar”, de­sa­ba­fou.
De acor­do com o pro­mo­tor de Justiça Salomão Abdo Aziz, foi in­ter­pos­to um re­cur­so de ape­la­ção junto ao TJPE por de­ci­são con­trá­ria a prova. A as­sis­tên­cia de acu­sa­ção pediu ainda a anu­li­da­de do jul­ga­men­to, pela par­ti­ci­pa­ção do ad­vo­ga­do Bruno Santos na de­fe­sa. “O sen­ti­men­to é de in­jus­ti­ça, em­bo­ra a gente se sinta em parte re­co­nhe­ci­do pelos três votos do con­se­lho de sen­ten­ça”, disse. A ma­nei­ra com que os kom­bei­ros cum­pri­men­ta­ram os ju­ra­dos le­van­tou na acu­sa­ção a sus­pei­ta de que ha­ve­ria algum pa­ren­te dos dois em meio ao Conselho. Ao re­ce­ber os cum­pri­men­tos dos réus, uma ju­ra­da que es­ta­va sen­ta­da no cen­tro da mesa che­gou a co­men­tar que avi­sou que iria dar certo. “Dos sete ju­ra­dos, três eram de Camela e dois de Nossa Senhora do Ó, ci­da­des dos kom­bei­ros. Eu sem­pre disse que o júri é uma sur­pre­sa. Mas já apre­sen­ta­mos o re­cur­so em ple­ná­rio”, sa­lien­tou o pro­mo­tor Ricardo Lapenda.

fonte: BLOG DA FOLHA-PE




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