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sábado, 1 de outubro de 2011

Professor de direito mata aluna com três tiros e leva corpo à delegacia

O professor de direito do UniCeub e coordenador-adjunto da mesma cadeira na Faculdade Projeção Rendrik Vieira Rodrigues, 35 anos, se entregou ontem na 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas) após matar a estudante Suênia Sousa Faria, 24. A jovem, que era aluna do 7º semestre do curso de direito no UniCeub, foi surpreendida por Rendrik quando entrava no carro para deixar a faculdade, na Asa Norte, por volta das 14h30. Segundo a polícia, ele teria entrado no veículo do marido da vítima, um Sandero prata (JGO-3522). Suênia chegou a gritar por socorro.
De lá, eles seguiram pela Via Estrutural. De acordo com a polícia, a jovem teria ligado para o marido, informando que reataria o relacionamento com Rendrik. O marido, no entanto, estranhou o tom de voz da esposa, que estava muito nervosa e confusa. Ao desligar o telefone, ele seguiu até a 12ª DP (Taguatinga Centro) e registrou um boletim de ocorrência.
Segundo o depoimento do professor, durante o percurso, na altura da Estrutural, os dois se desentenderam e ele disparou três vezes contra ela com uma pistola .380: duas na cabeça e uma no tórax. De acordo com a polícia, quando chegou à delegacia o professor relatou aos agentes ter rodado pela cidade com a estudante já morta. “Fiz uma besteira”, teria dito aos policiais. “Pode ser que ele tenha se apresentado espontaneamente pensando em reduzir a pena, mas como já existia um boletim de ocorrência (registrado pelo marido em Taguatinga), ele foi preso em flagrante”, afirmou o delegado-chefe da 27ª DP, Alexandre Nogueira.
Ao Correio, a irmã da vítima, Silene Sousa Faria, 34 anos, contou que os dois tiveram um relacionamento amoroso durante dois meses, quando ela esteve separada do marido.
Separação
Há cerca de três meses, no entanto, a jovem reatou o casamento de três anos e dispensou Rendrik. Desde então, segundo Silene, ele passou a ameaçar a irmã de morte, por telefone e pessoalmente, e a enviar mensagens eletrônicas ao marido de Suênia contando detalhes do envolvimento que manteve com ela. “Ele se apaixonou perdidamente por ela e não aceitava o término do relacionamento. Ele ligava direto, mas a minha irmã não atendia. Fez um inferno na vida dela e do marido”, conta a irmã.
De acordo com familiares da vítima, as intimidações do professor assustaram a estudante, que passou a chegar à faculdade exatamente no horário das aulas e deixar a unidade assim que encerrava as atividade acadêmicas para evitar se encontrar com ele. “Ele falava que se a Suênia não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém. Ela fugia nos intervalos e ia embora logo no fim da aula”, relatou a irmã. Ontem, Silene pediu à operadora de celular o bloqueio das chamadas de Rendrik para o número da irmã.
O advogado trabalha há cerca de um ano e meio na Faculdade Projeção. Atualmente, é coordenador-adjunto do curso de direito da unidade de Taguatinga. Por meio da assessoria de imprensa, a instituição de ensino informou que, no exercício da profissão, Rendrik sempre foi um profissional “extremamente correto, como é de conhecimento de todos os alunos e colegas de trabalho”. A instituição lamentou o ocorrido, mas alegou que não comenta a vida privada dos funcionários. A reportagem não obteve retorno da assessoria de imprensa do UniCeub.
Suênia morava em Águas Claras e sonhava em ser delegada. Natural de Pombal (PB), chegou a Brasília aos 3 anos e era a caçula de quatro irmãos.
Crimes bárbaros
Em 26 de junho de 2008, o cabo do Corpo de Bombeiros Antônio Glauber Evaristo Melo chamou a professora Josiene Azevedo de Carvalho para jantar em um restaurante mexicano, na 215 Sul. Por volta das 19h30, ele buscou a vítima na Área Octogonal Sul 7. Após o encontro, os dois retornaram para a casa de Josiene, onde ele parou o carro, um Golf, em frente ao bloco da educadora. Lá, insistiu para que ela reatasse o namoro. Diante das recusas da ex-namorada, o bombeiro pegou um revólver e atirou na cabeça dela. Josiene morreu na hora. Segundo familiares da vítima, ela queria terminar o namoro com o bombeiro desde 2006, mas postergava a decisão devido às ameaças que recebia. Depois de matar a jovem, o cabo entregou o corpo da vítima na 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), onde confessou o crime. Em setembro de 2009, o bombeiro acabou condenado a 19 anos e seis meses de prisão.
Em 2 de dezembro de 2005, um crime praticado no estacionamento do Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb) da Asa Sul tirou a vida do professor de relações internacionais Elídio José Oliveira Gonçalves. Ele tinha 51 anos. O acusado do assassinato, João Xavier Ribeiro Filho, também atirou contra a própria mulher, Roseni Pereira de Miranda, que resistiu aos ferimentos. João e Roseni eram casados, mas estavam em processo de separação. Em 2006, João Xavier acabou condenado a 19 anos e quatro meses de reclusão pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.

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