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terça-feira, 13 de março de 2012

"Não tenho nenhuma pendência que possa ser abrangida pela lei da ficha limpa". Diz Cecílio Galvão

O ex-prefeito de Belo Jardim Cecílio Galvão, enviou a resposta que o Blog Paredão do Povo fez ao mesmo sobre a nova lei Ficha Limpa, vejam a analise de Cecílio Galvão: 
A Lei Complementar 135 barra a candidatura de políticos condenados por órgãos colegiados (em que há mais de um juiz) e que renunciaram para escapar da punição, e principalmente os que cometeram crimes de improbidade administrativa e desvio de verbas públicas.
No tocante aos critérios que foram definidos como os que ensejam na caracterização de um político que não atende os critérios da Lei para poder se candidatar (considerado ficha limpa), sou totalmente favorável aos critérios da lei da ficha limpa. Não tenho reparações a fazer.
Porém, no que tange a aplicação da lei da ficha limpa antes do transito em julgado das ações, eu acompanho o entendimento da minoria do STF. Entendo que o cidadão só deveria ter seu registro de candidatura indeferido após o transito em julgado da decisão condenatória.
Deixo um exemplo para ilustrar o caso. Imagine um pretenso candidato que teve o registro de candidatura negado pelos critérios lei da ficha limpa em virtude de uma condenação colegiada. Porém, logo após o prazo de registro de candidaturas, este cidadão é julgado e absolvido. Com transito em julgado favorável a ele. Como ficaria o seu direito? Devido ao prazo ele já não poderia mais ser candidato. Quem compensaria o prejuízo Político e Moral que este cidadão teve?
Não tenho nenhuma pendência que possa ser abrangida pela lei da ficha limpa, por isso defendo este tese do transito em julgado com tranquilidade. Não o faço em causa própria.
Aproveito para enviar um trecho de entrevista de 04/03/2012 do Ministro Gilmar Mendes ao Jornal Estado de São Paulo para sua reflexão e de seus leitores. Fiz uma compilação deixando apenas as perguntas e respostas relacionadas ao tema Ficha Limpa.

Atenciosamente,
Cecílio Galvão

Link da Entrevista Completa:
Transcrição das perguntas e respostas relacionadas ao tema Ficha Limpa

Felipe Recondo, de O Estado de S.Paulo
Crítico de primeira hora da Lei da Ficha Limpa, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirma que o Congresso, passadas  as eleições, terá de mudar o texto. "Me parece que a Lei da Ficha Limpa vai causar vítimas em todos os partidos com essa amplitude. É uma roleta russa com todas as balas no revólver, feita pelos partidos ", diz.
André Dusek/AE - 02.02.2012










Gilmar Mendes acredita que Congresso terá de rever critérios e prazos de inelegibilidade
O Congresso deveria mudar a lei?
Me parece que a Lei da Ficha Limpa vai causar vítimas em todos os partidos com essa amplitude. É uma roleta russa feita pelos partidos com todas as balas no revólver. Ainda vamos ouvir falar muitas vezes da Lei da Ficha Limpa. Vamos ter muitas peripécias. Acredito que o Congresso, passado o momento eleitoral, terá que rever essa lei, porque são muitas as perplexidades. O Congresso terá de assumir a responsabilidade em face da opinião pública. O Congresso talvez venha a se conscientizar de que não pode ficar aprovando leis simbólicas.

Que problemas o senhor vê na lei?
Por exemplo, os prazos de inelegibilidade são elásticos e infindáveis. A inelegibilidade pela rejeição de contas de prefeitos, por exemplo, pelos tribunais de contas. Será que isso é bom? Nós sabemos que temos problemas hoje nos tribunais de contas. Há uma excessiva politização e partidarização dos tribunais de contas. Ou nós não sabemos disso?

O senhor considera que possa haver julgamentos direcionados?
Não devemos ser ingênuos a ponto de não imaginarmos que pode haver manipulação. Imaginemos que um político importante seja condenado em primeiro grau numa ação de improbidade. Alguém desconhece a pressão que haverá sobre o tribunal para julgar também nesse sentido e torná-lo inelegível? Pressão eventualmente política, inclusive. Quem conhece a estrutura de alguns tribunais sabe que isso pode ocorrer e vem ocorrendo.

O senhor citaria exemplos disso?
Lembre-se de episódios que foram revelados sobre a antiga composição do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro. O TRE do Rio foi o primeiro a sustentar a necessidade da Lei da Ficha Limpa. À falta de critérios, o tribunal ia os inventando. O que se diz hoje? Que determinados escritórios de advocacia conseguiam limpar a ficha das pessoas no TRE. Isso é objeto hoje de investigação no CNJ. Será que queremos reproduzir esse quadro?

O tribunal pode se deixar contaminar pela opinião pública no julgamento do mensalão?
Tenho a impressão de que não. A minha expectativa é de que isso não vai afetar, embora alguns discursos sugerindo esse tipo de atendimento da opinião pública, como no caso específico da Ficha Limpa, quase levariam no caso do mensalão a um tipo de juízo condenatório prévio. Tenho impressão de que todos nós estaremos conscientes de nossas responsabilidades.

Ao julgar a Lei da Ficha Limpa, citou-se o anseio popular. Como o senhor. vê isso?
Não me preocupa a decisão em si sobre a Ficha Limpa tendo em vista esse alinhamento com a opinião pública. O que me preocupa são fundamentos nesse sentido de que o tribunal deva se curvar à opinião pública. Aí me parece extremamente preocupante, porque isso decreta o falecimento dos argumentos constitucionais. Foi aquilo que numa brincadeira disse: o papel do tribunal não é bater palma para maluco dançar. Nós estamos na rota errada quando um juiz diz que tem que atender a anseios populares.

Qual é o risco?
O risco é o tribunal perder a sua função de órgão de controle de constitucionalidade, de tutela dos direitos fundamentais. Essas maiorias que se formam no Congresso, muitas vezes, são ocasionais.

O senhor considera que isso ocorreu na votação da Ficha Limpa?
Olhando a Lei da Ficha Limpa, veremos que ela não teria esse aplauso que teve no passado se fosse votada hoje. Aquele foi um momento muito específico. Era um período pré-eleitoral, a maioria dos membros do Congresso concorreria às eleições e não queria ficar contra a opinião pública. Foi por isso, inclusive, que se produziu essa lei que é, do ponto de vista jurídico, um camelo. É uma lei mal feita. Quem passou por perto dela tem que ter vergonha. Quem trabalhou na sua elaboração tem que ter vergonha. Porque ela é uma lei extremamente mal feita. Não merece o nome de jurista quem trabalhou nessa lei. E o debate no STF serviu para mostrar isso.
 









Um comentário:

  1. Cecilio já foi barrado pelo povo na ultima eleição. assim como dizia joão mendonça ¨"vamos dizer que cecilio vem pra cá ai o povo não vota no pai dele"

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